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Red de Estudios de Historia de las Infancias en América Latina. Argentina.
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DAS RUAS AO INTERNATO: experiências infantis: Abrigo de Menores do Estado de Santa Catarina em Florianópolis (1950-1972)
Nunes, Eduardo Silveira Netto.
Tesis de Maestría. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO, São Paulo, Brasil.
  ARK: https://n2t.net/ark:/13683/pOQa/4Tc
Resumen
A internação de rapazes entre 7 e 18 anos, no período de 1950 a 1972, no Abrigo de Menores do Estado de Santa Catarina, em Florianópolis, inaugurado em 1940, através de Sentenças de Abandono emitidas pelo Juiz de Menores, expressava uma forma como certos segmentos da sociedade (Juízes, Jornalistas, Políticos, Moradores) lidavam com algumas características do modo de vida da infância pobre (carência financeira, uso das ruas como espaços privilegiados de sociabilidade) e de suas famílias (pais separados, falecidos, filhos convivendo com parentes, mães trabalhadoras). Entendiam que os internados no Abrigo, instituição pública administrada pelos católicos Irmãos Maristas, seriam afastados daquelas condições e “transformados” em “pessoas úteis, disciplinadas, ordeiras, trabalhadoras”. Por vezes, as famílias recorriam à internação de seus meninos, pela falta de outros recursos assistenciais que garantissem condições melhores (alimentação, ensino, profissionalização) àqueles. O funcionamento do Abrigo se ligava à forma como os Maristas, Juiz e Governo do Estado se relacionaram ao longo do período, culminando com a saída dos Maristas em 1973 do Educandário 25 de Novembro (o Abrigo mudou de nome em 1969). Na análise desses temas, utilizei-me de sentenças, relatórios, ofícios trocados entre as autoridades e jornais. Busquei perceber como se deu a construção social de uma infância abandonada e as tensões envolvendo os projetos voltados aos internos no Abrigo. A experiência de ter sido criança pobre e interna do Abrigo constituía outra dimensão da história social que atribuí grande atenção. A partir de relatos orais de adultos, ex-Abrigados, apareceram-me questões de como essas pessoas lidaram e interpretaram as vivências infantis, antes e durante a internação, ao longo de suas trajetórias. Os internos assim foram aparecendo como protagonistas sociais, como sujeitos históricos que constituíram o processo social e se construíram nele. Eles tinham semelhanças e peculiaridades como filhos, pequenos trabalhadores, auxiliares da manutenção da casa, abandonados, como pessoas que brincaram, se divertiram, sofreram, tiveram afeto, tristezas, alegrias, se deslocaram nos espaços públicos, resistiram, desenvolveram estratégias de bem viver, e que dentro do internato não perderam a dimensão de sujeitos, mas reconfiguraram as formas de expressarem-se enquanto tal, em relação às rotinas, às regras impostas. A análise de prontuários, Sentenças de Abandono e dos relatos orais, sugeriram um campo plural de olhares sobre experiências sociais de uma infância empobrecida, tema central deste trabalho. ABSTRACT The internment of 7 to 18 year-old boys in the period from 1950 to 1972 in the Children’s Refuge of the State of Santa Catarina in Florianópolis, inaugurated in 1940, by the Juvenile Affairs Judge who emitted Sentences of Abandonment, expressed a way as certain segments of society (Judges, Journalists, Politicians, Inhabitants) dealt with some features of the way of life of the poor children (material need, the use of the streets as privileged spaces of sociability) and of their families(parents apart, dead, children living together with relatives, hard-working mothers). They understood that interning them in the Children’s Refuge, a public institution administered by the Catholic Maristas Brothers, would move them away from those conditions and would transform them into “useful, disciplined, orderly, hard-working people.” Sometimes, the families chose to intern their boys due to the lack of other resources that would grant them better conditions (food, teaching, profession). The operation of the Children’s Refuge was attached to the way Maristas, Judge, and Government of the State related to each other along the period, culminating with the exit of Maristas in November 1973 of the Educandário 25 de Novembro (the Children’s Refuge had its name changed in 1969). In the analysis of those themes I used sentences, reports, documents exchanged among authorities, and newspapers. I tried to realize how the social construction of an abandoned childhood took place and the tensions involving the projects about what to do with the interns in the Children’s Refuge. The experience of having been a poor child and intern of the Children’s Refuge constituted another dimension of the social history that I called great attention. Starting from adults' oral reports, former interns, I came across such questions as how those people dealt and interpreted their childhood experiences, before and during the internment, along their lives. This way, the boys can be seen as social protagonists, as historical subjects who constituted the social process and were built in it. They had likeness and peculiarities as children, small workers, auxiliaries for the maintenance of the house, abandoned, as people who played, had fun, suffered, had affection, sadness, happiness, moved in the public spaces, resisted, developed welfare strategies, and who inside of the inte
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