Este artigo tem como objetivo analisar as migrações internacionais qualificadas contemporâneas (Peixoto, 1999) enquanto uma das modalidades migratórias (Wenden, 2001) em curso entre a Argentina e o Brasil. Parte-se, desse modo, da categoria dos imigrantes trabalhadores do conhecimento (Florida, 2004; Mello, 2007), definidos enquanto profissionais qualificados com elevado nível educacional e inseridos em ocupações voltadas à Ciência e Tecnologia (OCDE, 1995), para o estudo desse fluxo migratório e das seletividades envolvidas em sua migração e inserção laboral. Destacam-se conexões entre a mobilidade internacional do capital (Sassen, 1988), as relações geopolíticas estabelecidas entre os dois países e a circulação regional do trabalho qualificado nas migrações Sul-Sul (Pizarro, 1989; Domeniconi e Baeninger, 2019), suas distintas temporalidades, espacialidades e composição populacional, a partir da inserção sociolaboral de argentinos no mercado de trabalho formal brasileiro nas primeiras décadas do século XXI. São utilizados registros administrativos do Ministério do Trabalho e Previdência Social brasileiro na análise do perfil sociodemográfico e da inserção sócio-ocupacional desses trabalhadores e trabalhadoras argentinas no contexto sócio-ocupacional brasileiro em anos recentes.