Este artigo trata de uma reflexão acerca da postura da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, diante do envolvimento popular no processo de tombamento do complexo industrial da Metalúrgica Abramo Eberle S/A (MAESA). Inicialmente, como forma de compreender melhor o processo de participação popular nos requerimentos de tombamento, será feito um rápido resgate conceitual da noção de patrimônio Cultural e da legislação que levou a uma mudança de paradigmas, iniciando não apenas o processo de envolvimento das comunidades, mas também alterando o entendimento daquilo que deveria ou não ser preservado. Esta retomada de conceitos é importante na medida em que se discutem aqui duas noções bastante atuais: a arquitetura industrial enquanto patrimônio cultural e a participação popular como força motivadora do tombamento de um imóvel. Neste sentido, a pesquisa fará um apanhado histórico da Metalúrgica, sua ligação com o processo de imigração e formação do Município de Caxias do Sul e as relações culturais envolvendo o trabalho na indústria. Por fim, será apresentado como ocorreu o processo de tombamento da MAESA envolvendo a participação popular, focando essencialmente na postura do Município diante da pressão popular, desde a luta pelo tombamento até as discussões de como ocupar os pavilhões.