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Corpos em cena: materialidade e corpo sexuado em Judith Butler e Paul B. Preciado
De Mauro Rucovsky, Martín.
Devires (Bahia).
  ARK: https://n2t.net/ark:/13683/pdgf/hwt
Resumen
Do que estão feitos os nossos corpos? Como estão constituídos os corpos e a sua matéria sexuada? É possível incluir a biotecnologia dentro do repertório de efeitos performativos de gênero? São algumas das perguntas-problemas com as que Martin de Mauro introduz o corpo em cena, em um contexto singular dominado pela renegociação das normativas de sexo e gênero. Se em certo sentido o corpo – expulsado da história, contido como natureza – constituiu o beco sem saída da teoria feminista, tanto em sua versão da diferença como o construtivismo social de gênero, a muito disseminada recepção tanto de Judith Butler quanto de Paul B. Preciado torna necessário interceptar a função narrativa do mesmo em suas produções teóricas. Entre o abrir e o fechar das cortinas, assistimos ao deslocamento do corpo – caixão semântico histórico de categorias acabadas – causado pelas técnicas de produção corporal, efeitos performativos e devido à órbita do subtexto cis em ambas as caixas de ferramentas. Assim é que precisamente ao longo de suas páginas este trabalho consegue, com perspicácia, introduzir àquelxs que resistem nos campos de força sexo-gênero, inclusive em termos de uma economia discursiva, como é o caso das pessoas trans e intersexuais, que por muitas vezes são reduzidas a plano de fundo da teoria, reducidxs à lógica da prova, enquanto objeto do olhar, garantia da revolução ou da apoteose antinormativa.A recitação não-original do gênero // o regime farmacopornográfico // a incorporação prostética e a matriz heterossexual são alguns dos termos que parecem colapsar uns aos outros ao longo de “Corpos em cena”. Butler e Preciado são companheirxs de cama neste ensaio original interessado na produção corporal, sua sempre instável articulação, em um esforço por abrir imaginários políticos assim como atender às modalidades de reontologização pós-essencialista e cancelamento da voz que dominam boa parte das teorias contemporâneas organizadas em torno do gênero e da sexualidade.
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