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ONDE ESTÁ NO SER O SER QUE É SEU PRÓPRIO NADA? Do nada lógico-metafísico ao nada ontológico-existencial entre Hegel, Heidegger e Sartre
Mariano da Rosa, Luiz Carlos.
Agon (Ἀγών), Revista de Filosofia da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil), vol. 4, núm. 12, 2024, pp. 23-64.
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Resumen
Investigando o Nada que, segundo Parmênides, caracteriza-se como absoluto não-ser e encerra a impossibilidade envolvendo o seu conhecimento e expressão e, de acordo com Platão, consiste na alteridade do ser e implica a afirmação do ser do não-ser, o artigo assinala que, se a perspectiva ontológico-metafísica da civilização ocidental traz como princípio determinante o legado epistêmico-filosófico de Parmênides e o processo de anulação do Nada, Hegel instaura uma interpretação que se sobrepõe a interpretação que assinala a negação como fundamento do Nada e identifica o Nada como fundamento da negação, defendendo que, em virtude da mesma determinação ou ausência de determinação em relação ao Ser em sua pureza originária, o Nada mantém correspondência com o Ser. Dessa forma, baseado na interpretação de Hegel envolvendo o Nada como fundamento da negação através de uma perspectiva que assinala o Nada enquanto base abstrata da relação envolvendo o positivo e o negativo, o artigo mostra que Heidegger expõe que, sobrepondo-se ao caráter formal de sua construção identitária, o questionamento envolvendo “Que acontece com este nada [dieses Nichts]?” e “Que é o nada [das Nichts]?”, converge para a elaboração da noção de que “O próprio nada nadifica” (Das Nichts selbst nichtet) em uma construção teórico-conceitual que sublinha que o Nada e seu nadificar se dispõem como tais na experiência da angústia. Assim, identificando o ente humano como lugar-tenente do Nada, Heidegger assinala que, à profundidade do imperar da angústia originária no Dasein, impõe-se o “estar suspenso” no nada como o ultrapassar do ente em sua totalidade: a transcendência. Assim, tendo em vista que há várias atitudes da “realidade humana” que encerram uma “compreensão” do Nada, convergindo para a sua descoberta como fenômeno e que implica a angústia enquanto possibilidade de uma relação com o Nada, Sartre assinala que se o ser-Em-si não guarda possibilidade de produzir o Nada intramundano, a origem do Nada alcança relevância enquanto questão fundamental, na medida em que o Ser pelo qual o Nada vem ao mundo não pode produzir o Nada indiferente ao processo de produção, isto é, o ser pelo qual o Nada vem ao mundo necessariamente trata-se de um ser que, em suma, “deve ser seu próprio Nada”: onde está no Ser o Ser que é seu próprio Nada?
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