O artigo tem por objetivo entender como jovens estudantes de cursos de Ciências Econômicas no Brasil avaliam a pandemia do Covid-19 e o papel da sua formação para o enfrentamento da situação provocada pelo surto do novo coronavírus no país. A partir de um levantamento de informações de natureza qualitativo, foram identificadas percepções das angústias e das esperanças de jovens. O ponto de partida da análise é que os jovens e a educação são, respectivamente, um ator e uma dimensão importantes para o enfrentamento da atual situação de emergência de saúde pública e dos seus desdobramentos, ainda não totalmente conhecidos. Isso porque uma característica definidora da juventude é que ela parece ser capaz de promover transformações profundas. Tal caracterização parece ter se tornado mais evidente no contexto global da falta de perspectiva de futuro, tal como a conhecida pelas gerações anteriores, em razão do aumento das desigualdades, do desemprego e da crise da democracia. Por sua vez, rebeldias e resistências juvenis à dinâmica capitalista podem ser organizadas por meio de práticas educacionais, especialmente se elas forem inspiradas numa perspectiva libertadora. Ao retirar o sujeito da zona de conforto e da alienação, a educação permite enxergar os outros, assim como instiga e estimula o desejo de conhecer a realidade, de forma contínua. Mesmo revelando pessimismo em relação ao futuro, os futuros economistas entrevistados revelam acreditar que é possível construir uma nova forma de organização da economia, bem como formas diferentes de enfrentar os desafios no futuro. Para tanto, porém, o ensino de economia deve se adequar às novas condições criadas pelo momento presente.