Este trabalho tem por objetivo analisar a revista Álbum das Meninas: revista educativa e literária dedicada às jovens brasileiras (1898-1901), produzida por Anália Emílio Franco, publicada na imprensa paulista, no ambiente de consolidação do regime republicano, período histórico no Brasil que conferiu maior atenção e visibilidade à infância, passando a criança a ser considerada no imaginário republicano como herdeira do novo regime que se instaura. Na perspectiva de compreender os impressos como objetos culturais, podendo decifrá-los como estratégias para promoção de representações, práticas culturais e prescrições é que se propõe neste trabalho a compreensão das representações de infância e criança contidas na revista, que é tomada como objeto e fonte de investigação. Analisou-se o impresso produzido por Anália Franco tomando-o como importante à compreensão das representações e dos saberes que faz circular sobre a infância e a criança em São Paulo à época da Primeira República. Anália Franco, educadora e ativista no cenário político, social e educacional da cidade de São Paulo de fins do século XIX, produziu esta revista como meio de divulgação de seu pensamento sobre a educação da mulher e da criança, enfatizando sua preocupação com a sociedade, a família e a religião. A partir do aporte teórico-metodológico da história cultural com ênfase nos conceitos de apropriação e representação de Chartier (2004, 1990) e Certeau (1994), foi analisada a imprensa periódica a partir da abordagem conceitual sobre o ciclo de vida do impresso e a função do historiador de Nóvoa (1997), Catani e Souza (1999) e Le Goff (1996).