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EXPOSIÇÃO “BRINCAR É COISA SÉRIA”: PENSANDO O LÚDICO PELO VIÉS DA ARTE
CLÁUDIA DA SILVA PARANHOS - PROGRAMA DE DOUTORADO - FACULDADE DE EDUCAÇÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - BRASIL.
1º Congreso Internacional de Ciencias Humanas - Humanidades entre pasado y futuro. Escuela de Humanidades, Universidad Nacional de San Martín, Gral. San Martín, 2019.
  ARK: https://n2t.net/ark:/13683/eRUe/XXG
Resumen
Enquanto artista e arte educadora, analiso as possíveis repercussões das práticas artísticas e lúdicas quando aplicadas à educação. Este resumo é um recorte de meu trabalho, em fase inicial de Pesquisa de Doutorado na Universidade Federal de Pelotas, RS, Brasil. Partindo de poéticas semelhantes e, no entanto, distintas, o artista Leandro Selister, e eu, temos em comum a criação de bonecos. Meus bonecos, os quais chamo de forma irônica de Bonecas Feias, são costurados manualmente de forma desordenada, remetendo à ancestralidade e sustentabilidade, bem como às padronizações dos corpos na arte e na contemporaneidade. Os bonecos de Leandro são criados a partir de uma cultura contemporânea robótica pop: são robôs carregados de afeto, que colocam em pauta questões atuais relacionadas ao amor. Por imitarem seres (pessoas, animais, híbridos ou robôs) bonecos são brinquedos emocionais, que convidam à introspecção, lugar onde exercitamos o cuidado de si e do outro. Estão presentes na cultura há aproximadamente quarenta mil anos, na Ásia e na África, apesar de não haver registros de bonecos pré-históricos porque, possivelmente, eram fabricados de materiais perecíveis como madeira, barro e couro. Não se sabe se eram destinados a crianças (a infância é um conceito que surge por volta do Séc. XIII). Com finalidade de brinquedo, tal como conhecemos, no princípio eram feitos individualmente, de forma artesanal, atendendo a procedimentos tradicionais nas pequenas manufaturas familiares. No segundo pós-guerra, passaram a ser fabricados pelas indústrias, atendendo à demanda de mercado, e não mais de individualidades. Brincar é a primeira relação da criança com o mundo. O brincar aproxima e facilita contato e relações, à medida que desarma as pessoas e torna leve a abordagem de assuntos complexos. O historiador Johan Huizinga apresenta o conceito de “círculo mágico”, onde mostra que, quando se participa de alguma atividade lúdica, entra-se nesse círculo esquecendo os problemas do cotidiano, mergulhando em outro universo. Dentro do círculo, leis e costumes da vida cotidiana perdem validade. O brincar não deve ser vida “real”: deve ter como premissa ser intervalo na realidade. No ambiente do “jogo”, do lúdico, as leis da vida cotidiana perdem validade, pois neste universo somos e fazemos diferente. O brincar é formado de fantasia, sonhos e catarse; onde nos transformamos em tudo o que nossa imaginação voluntária e o ambiente ao nosso redor permitir. Segundo Huizinga, “o elemento lúdico é de tal modo inerente à poesia que é preciso reconhecer entre ambos a existência de um laço indissolúvel”. Leandro e eu trazemos em nossas poéticas o lúdico e o brincar pelo viés da arte e, especialmente para a Galeria do Instituto Arquitetos do Brasil/RS, em agosto/setembro de 2019, criamos a exposição BRINCAR É COISA SÉRIA. Dialogamos com nossas diferenças e semelhanças, produzindo uma ambientação com resultado estético singular que convida o espectador a imergir num universo lúdico, refletir e reinventar a própria subjetividade. Para a abertura da Exposição, convidamos o público a comparecer vestido à fantasia e apresentamo-nos em personagens específicos, assim, provocamos uma ação artística única, um happening, que gerou múltiplas situações inesperadas.
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