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Repensando a história de coleções etnográficas – o trabalho de Wanda Hanke (1893-1958)
Sombrio, Mariana. - Universidade de São Paulo.
1º Congreso Internacional de Ciencias Humanas - Humanidades entre pasado y futuro. Escuela de Humanidades, Universidad Nacional de San Martín, Gral. San Martín, 2019.
  ARK: https://n2t.net/ark:/13683/eRUe/eqt
Resumen
O objetivo desta comunicação é apresentar a pesquisa de pós-doutorado que venho desenvolvendo e que aborda as coleções reunidas pela etnóloga austríaca Wanda Hanke em meados do século XX. Hanke realizou expedições etnográficas em diversas regiões do Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai entre os anos de 1934 e 1958. Nesse período, entrou em contato com etnias indígenas diversas, escreveu e publicou estudos sobre esses grupos e reuniu objetos variados que hoje constituem coleções em diferentes museus sul-americanos e europeus. As coleções reunidas por etnólogos e etnólogas viajantes, como Wanda Hanke, constituem um registro material importante sobre as práticas científicas da época e representam uma parte significativa da história da antropologia. Carregam também o potencial de elucidar diversos aspectos sobre a história dos povos indígenas que os produziram, especialmente através da investigação da história dessas coleções, dos contextos em que foram produzidas e das relações estabelecidas entre coletores e indígenas. A antropologia que se desenvolveu no final do século XIX e início do XX assumia como uma de suas principais práticas a formação de coleções etnográficas, que eram classificadas e descritas em museus. No decorrer do século XX, essa cultura material passou por um processo de desvalorização nas pesquisas etnográficas e as coleções se tornaram cada vez mais esquecidas nessas instituições. Mais recentemente, o estudo da história das coleções etnográficas tem aberto novos caminhos. Tem havido um crescente reconhecimento da importância de se trabalhar com essas fontes materiais procurando contextualizá-las em termos do ambiente ecológico em que se inserem aqueles que as produziram, suas formas de organização social, seu mundo simbólico e percepção estética, bem como seus processos de interação com outras populações e com os pesquisadores que levaram esses objetos aos museus. Wanda Hanke costumava viajar sozinha e, na maior parte do tempo, sobrevivia da venda de coleções e de auxílios que recebia para dar palestras e escrever artigos. Não era oficialmente vinculada a nenhuma instituição, mas passou algum tempo trabalhando em um Jardim Botânico em Assunção, no Paraguai. No Brasil se relacionou principalmente com o Museu Paranaense, em Curitiba, mas vendeu também coleções ao Museu Paulista. Na Bolívia, estabeleceu relações com a Universidad Mayor de San Simón de Cochabamba, local onde atualmente existe um Museu Arqueológico que abriga as coleções etnológicas entregues por ela nos anos 1950. Na Argentina, existem coleções formadas por ela no Museu de La Plata e no Museu Etnográfico J. B. Ambrosetti. Projetos recentes em alguns museus brasileiros tem buscado uma aproximação entre povos indígenas e antigas coleções etnográficas. Isso se dá tanto por interesse dos museus em abrirem processos de trabalho mais inclusivos, quanto pelos grupos indígenas que, cada vez mais organizados em movimentos de auto-representação e luta por direitos, têm buscado resgatar memórias de seus antepassados e contar sua própria história. As iniciativas ainda são pequenas, mas essa abertura a um trabalho mais coletivo cria novas formas de se trabalhar com as coleções de museus e possibilidades de novas interpretações históricas e antropológicas a partir desses materiais.
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