As toxicomanias constituem uma das formas dominantes do malestar atual no qual o sujeito da contemporaneidade depara-se com a imposição performática do amplo sucesso e do pleno prazer, a ponto de se lhe tornar insuportável as dores cotidianas da existência. Nesse contexto, a autodestrutividade pode entrar em cena, uma vez que no intuito de anestesiar a dor de existir, o sujeito anula a si mesmo. Com o objetivo de problematizar o circuito de destrutividade presente na toxicomania, elegem-se vinhetas de entrevistas derivadas de uma pesquisa qualitativa. Este material é apresentado e discutido à luz do dualismo pulsional e da compulsão que opera a serviço da pulsão de morte, aprisionando o sujeito ao seu padecimento. Assim, na toxicomania a pulsão destrutiva passa a imperar e, consequentemente, o sujeito nomeia-se a partir da droga. Nesse sentido, no uso repetitivo do tóxico instaura-se um circuito mortífero, no qual o sujeito inverte a lógica passando de consumidor a consumido pela droga. Não se desconsideram os efeitos neuroquímicos da droga, mas, neste estudo, o foco é o mal estar subjetivo que incentiva o consumo, sendo constitutivo de uma existência humana na qual o tóxico é utilizado para tamponar dores cotidianas. Palabras clave Toxicomania, Pulsão de morte, Psicanálise ABSTRACT DEATH INSTINCT AND DESTRUCTIVE CIRCUIT IN DRUG ADDICTION Drug addiction is one of the dominant forms of current unrest in which the contemporaneous subject faces performative imposition of great success and full enjoyment culminating in unbearable everyday pain. In order to numb this pain of existence, self-destructiveness can arise once the subject negates itself.Aiming to discuss this destructive circuit found in addiction, there have been selected some interview vignettes derived from qualitative research interviews.This material is presented and discussed in accordance with the dualism instinct and the compulsion which serves the destructive instinct, and traps the subject to its suffering.Thus, in drug abuse, death instinct shall prevail and hence the subject is appointed from the drug. Accordingly, the repetitive use of drugs establishes a deadly circuit in which subject reverses the logic from being the consumer to consumed by drugs. Beyond considering only the neurochemical effects of drugs, the focus in this study is the subjective discontent that encourages consumption and constitutes human existence in which drugs are used to buffer everyday pain. Key words Drug addiction, Death Instinct, Psychoanalysis